TESTES EM ANIMAIS

Sabia que quase todos os xampus vendidos em farmácias e supermercados passam por testes em animais? Afinal, o que isso significa?

São testes laboratoriais realizados em animais vivos: cachorros, gatos, ratos, macacos, coelhos, etc. Os experimentos são feitos sem anestesia, provocando morte; quando isso não acontece, o animal é executado mesmo assim.

Coelhos forçados a ingerir cosmético ou outro componente durante 30 dias, em seguida mortos e dissecados; testes de toxicidade em ratas grávidas e seus fetos; testes de sensibilidade com substâncias químicas em pele raspada de coelhos; gatos são utilizados em testes neurológicos, muitas vezes mantido em total isolamento do nascimento à morte; macacos forçados a fumar; cães sadios mutilados em cirurgias; e por aí vai, infelizmente!

CONSEQUÊNCIAS DEVASTADORAS

De acordo com o biólogo Sérgio Greif, autor dos livros “Alternativas ao uso de animais vivos na educação” e “A verdadeira face da experimentação animal”, este em coautoria com Thales Tréz, a ciência avançou nos últimos séculos pelo uso de outros métodos que não os testes em animais, pois as respostas obtidas nestes eram, na maioria das vezes, diversas das realizadas em seres humanos, prejudicando pessoas e o avanço da ciência.

A vivissecção mais erra do que acerta. Clioquinol, Eraldin, Opren, Zomax e outros medicamentos foram retirados das farmácias após causarem cegueira, paralisia e morte em humanos, após testados e aprovados em ratos, gatos, cães e coelhos.

Na década de 60, o medicamento Talidomida foi testado em cães, gatos e macacos, sendo após amplamente receitado para mulheres grávidas contra náuseas; seus efeitos foram devastadores: uma geração de crianças com malformação fetal dos membros em todo o mundo.

VOCÊ PODE MUDAR ISSO!

A União Europeia aprovou em 2009 uma legislação que proíbe testes de cosméticos em animais, bem como Índia, Nova Zelândia, Israel e Noruega. Esses países já entenderam a nova mentalidade dos consumidores.

Você pode fazer parte da mudança em qualquer país: compre somente produtos não testados em animais, procurando na embalagem a frase “não testado em animais” ou algum selo de certificação vegana confiável como Vegan Society ou Certificado Vegano.

Aqui no nosso site você pode conferir produtos certificados, que comprovadamente não passaram por teste em animais. Prestigie esses produtos para somar à construção de um mundo melhor!

Em hipótese alguma compre produtos que foram testados em animais!

Empresas que testam em animais: Bic Corporation, Cândida/Q’Boa, Clorox, Colgate Palmolive, Elizabeth Arden, Estee Lauder, Glaxo Smith Kline, Johnson&Johnson, L’Occitane, L’oreal, Mary Kay, Maybelline, Pfizer, Procter&Gamble, Reckitt&Benckiser, ReNu Bausch&Lomb, Schering-Plough, Unilever (lista da PETA), é recomendável NÃO comprar produtos dessas empresas.

TESTES PROIBIDOS NO BRASIL

São Paulo é o primeiro Estado brasileiro a proibir testes em animais.

A Lei 15.316 de 2014, de autoria do deputado estadual Feliciano Filho, garante a proibição do uso de animais no desenvolvimento de cosméticos, perfumes e produtos de higiene pessoal, prevendo multa por animal utilizado, para a instituição e estabelecimento de pesquisa que descumprir a lei, e em caso de reincidência, o valor da multa dobra.

O estabelecimento terá a suspensão temporária do alvará de funcionamento e em casos de reincidência, a suspensão definitiva.

ATENÇÃO, ALUNO!

Você não é obrigado a participar de aulas com experimentação animal. Lute por seu direito de OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA!

Troque informações sobre alternativas aos testes em animais com pessoas do mundo todo: www.interniche.org.

Em 2007, Róber Bachinski, estudante de Ciências Biológicas da UFRGS, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, processou a universidade por inconstitucionalidade, conseguindo na Justiça uma liminar que assegurava a ele o direito de não participar de aulas com dissecação de animais, caso inédito no país.

Essa vitória acabou se tornando um precedente no Brasil, onde inúmeros alunos contatam Bachinski para orientação e alternativas. Ele diz que “a grande maioria dos casos se resolve de imediato, sem necessidade de confronto, desgastante para todos os lados.”

Para o doutorando, há resistência por parte de professores e pesquisadores a estas mudanças porque passamos por uma revolução e, como resultado, esses cientistas estão perdendo as bases nas quais estão acostumados a trabalhar.

“Definitivamente, o uso danoso de animais pode ser banido da sala de aula. Isso já ocorre em muitas faculdades no Brasil (como a Faculdade de Medicina da UFRGS, uma das melhores do Brasil, a faculdade de Medicina Veterinária da USP, e outras universidades) e no exterior.

Não há motivos para se matar animais ou utilizar animais como cobaias para aulas práticas. Há diversos simuladores gratuitos produzidos no exterior e alguns produzidos no Brasil (em português), além de técnicas de conservação de cadáveres obtidos eticamente (para ensino e prática de procedimentos básicos, através de cadáveres de animais que morreram em hospitais).”

– Róber Bachinski

ANIMAIS NO ESPAÇO

Além de testes laboratoriais, animais são utilizados também em experimentos tecnológicos, como missões espaciais.

Em novembro de 1957, a cadela Laika foi enviada sozinha ao espaço pela União Soviética e morreu poucas horas depois, por desregulação térmica da cabine – provavelmente queimada.

Antes, o macaco Albert I também foi enviado sozinho ao espaço pelos Estados Unidos. Morreu minutos após atingir 63 km de altitude devido à explosão da nave.

Em 1963, a França enviou a gata Félicette, sequestrada da vida livre das ruas para orbitar na gravidade, com eletrodos implantados no crânio. Essa gatinha voltou viva porém seu destino não foi divulgado pelo país – provavelmente devido aos testes cirúrgicos no corpo do animal para observação. No mesmo ano, a França enviou novamente outro gato, que morreu dentro da cápsula espacial.

Estados Unidos, Rússia, União Europeia, China, Pequim, Coreia do Norte, Japão, Índia e outros países competem na batalha espacial. Com tanto conhecimento tecnológico e tantas experiências, ainda hoje em dia há países insistindo em abusar dos indefesos animais: Irã pretende lançar um gato ao espaço em 2020.

SAIBA MAIS

  • Livro Vozes do Silêncio – João Epifânio Regis Lima
  • Alternativas ao uso de animais vivos na educação – Sérgio Greif
  • Não matarás – vídeo do Instituto Nina Rosa

 

“Experimentação Animal não faz sentido. A prevenção de doenças e o lançamento de terapias eficazes para seres humanos está na ciência que tem como base os seres humanos.”

– Nina Rosa

FONTE:

  • Alternativas ao uso de animais vivos na educação – Sérgio Greif
  • PETA
  • Instituto Nina Rosa
  • Governo de São Paulo
  • Revista Mundo Estranho
  • Portal Terra

O MODELO ANIMAL

TEXTO DE SÉRGIO GREIF*

 

Se um pesquisador propusesse testar um medicamento para idosos utilizando como modelo moças de vinte anos; ou testar os benefícios de determinada droga para minimizar os efeitos da menopausa utilizando como modelo homens, certamente haveria um questionamento quanto à cientificidade de sua metodologia.

Isso porque assume-se que moças não sejam modelos representativos da população de idosos e que rapazes não sejam o melhor modelo para o estudo de problemas pertinentes às mulheres. Se isso é lógico, e estamos tratando de uma mesma espécie, por que motivo aceitamos como científico que se teste drogas para idosos ou para mulheres em animais que sequer pertencem à mesma espécie?

Por que aceitar que a cura para a AIDS esteja no teste de medicamentos em animais que sequer desenvolvem essa doença? E mesmo que o fizessem, como dizer que a doença se comporta nesses animais da mesma forma que em humanos? Mesmo livros de bioterismo reconhecem que o modelo animal não é adequado.

Dados experimentais obtidos de uma espécie não podem ser extrapolados para outras espécies. Se queremos saber de que forma determinada espécie reage a determinado estímulo, a única forma de fazê-lo é observando populações dessa espécie naturalmente recebendo esse estímulo ou induzi-lo em certa população.

Induzir o estímulo esbarra no problema da ética e da cientificidade. Primeira pergunta: será que é certo, será que é meu direito pegar indivíduos e induzir neles estímulos que naturalmente não estavam incidindo sobre eles? Segunda pergunta: será que é científico, se o organismo receber um estímulo induzido, de maneira diferente à forma como ele naturalmente se daria, será ele modelo representativo da condição real?

Ratos não são seres humanos em miniatura. Drogas aplicadas em ratos não nos dão indícios do que acontecerá quando seres humanos consumirem essas mesmas drogas. Há algumas semelhanças no funcionamento dos sistemas de ratos e homens, é claro, somos todos mamíferos, mas essas semelhanças são paralelos. Não se pode ignorar as diferenças, as muitas variáveis que tornam cada espécie única. Essas diferenças, por menores que pareçam, são tão significativas que por vezes produzem resultados antagônicos.

Testes realizados em ratos não servem tampouco para avaliar os efeitos de drogas em camundongos. Isso porque apesar de aparente semelhança, ambas as espécies possuem vias metabólicas bastante diferentes. Diferenças metabólicas não são difíceis de encontrar nem mesmo dentro de uma mesma espécie, admite-se que as drogas presentes no mercado são efetivas apenas para 30-50% da população humana.

Na prática o que acontece é que um rato pode receber uma dose de determinada substância e metabolizá-la de maneira que ela se biotransforme em um composto tóxico. A toxicidade mata o rato, mas no ser humano essa droga poderia ser inócua, quem sabe a resposta para uma doença severa. Por outro lado, o teste em ratos pode demonstrar a segurança de uma droga que no ser humano se demonstre tóxica.

Centenas de drogas testadas e aprovadas em animais foram colocadas no mercado para uso por seres humanos e precisaram ser recolhidas poucos meses após, por haverem sido identificados efeitos adversos à população. Se as pesquisas com animais realmente pudessem prever os efeitos de drogas a seres humanos, esses eventos não teriam ocorrido. Dessa forma, pode-se inferir que a pesquisa que utiliza animais como modelo não só não beneficia seres humanos, como também potencialmente os prejudica.

O modelo de saúde que defendemos é aquele que valoriza a vida humana e animal. Os interesses da indústria farmacêutica e das instituições de pesquisa que lucram com a experimentação animal não nos dizem respeito. Buscamos por soluções reais para problemas reais.

Os maiores progressos em saúde coletiva se deram através de sucessivas mudanças no estilo de vida das populações. Há uma forte co-relação entre nossa saúde e o estilo de vida que levamos. Se nosso estilo de vida é dessa ou daquela forma, isso reflete em nossa saúde. Está claro que as doenças sejamreflexo, em grande parte, de nosso estilo de vida e que a cura deva estar em correções nesses hábitos.

 

  • *Sérgio Greif – Biólogo formado pela UNICAMP, mestre em Alimentos e Nutrição com tese em nutrição vegetariana pela mesma universidade, docente da MBA em Gestão Ambiental da Universidade de São Caetano do Sul, ativista pelos direitos animais, vegano desde 1998, consultor em diversas ações civis públicas e audiências públicas em defesa dos direitos animais. Co-autor do livro “A Verdadeira Face da Experimentação Animal: A sua saúde em perigo” e autor de “Alternativas ao Uso de Animais Vivos na Educação: pela ciência responsável”, além de diversos artigos e ensaios referentes à nutrição vegetariana, ao modo de vida vegano, aos direitos ambientais, à bioética, à experimentação animal, aos métodos substitutivos ao uso de animais na pesquisa e na educação e aos impactos da pecuária ao meio ambiente.