Associação Brasileira de Veganismo

Peixes

A INDÚSTRIA DOS PEIXES

Peixes são afetivos, têm ótima memória e são inteligentes o suficiente para aprender truques. Como todos os animais nas indústrias, os peixes são constantemente abusados – eles simplesmente não têm cordas vocais para gritar.

Cerca de metade dos peixes consumidos pelos seres humanos não vêm da natureza. Eles são criados em gigantescos tanques superlotados onde o estresse, a aglomeração e a água imunda causam morte e doenças. É normal eles mutilarem-se entre si, arrancado pedaços de barbatanas e de olhos dos companheiros.

Peixes tirados da água sufocam pela falência de suas brânquias. Isso pode demorar até dez minutos antes de morrerem. Em pescas de arrastão, quando são puxados pelas redes do fundo do oceano, seus olhos saltam protuberantes e seus estômagos reviram por causa da descompressão. O banho em água saturada com dióxido de carbono causa agitação nos peixes por 30 segundos, após ainda estão conscientes, mesmo que suas guelras sejam cortadas com a lâmina de afiadas facas.

REDES SOCIAIS

Como todos os animais, peixes são indivíduos que têm personalidades únicas. Guias de mergulho conhecem e chamam pelo nome peixes amigáveis que os seguem, apreciando serem acariciados assim como cães e gatos.

No entanto, bilhões de peixes morrem todos os anos em redes e anzóis – muitos são destinados ao consumo humano enquanto outros são torturados apenas por esporte.

Segundo Culum Brown, pesquisador da Macquarie University em Sydney, “peixes são mais inteligentes do que parecem. Sua memória e seus poderes cognitivos excedem os dos vertebrados superiores, incluindo os primatas”.

Muitas espécies de peixes aprendem a evitar predadores observando os mais experientes e, de acordo com o Dr. Jens Krause da Universidade de Leeds, enquanto alguns peixes vivem em grandes sociedades hierárquicas e outros têm unidades familiares mais pequenas, todas dependem dessas agregações sociais, que atuam como um centro de informação onde os peixes podem trocar informações uns com os outros. Tubarões demonstram inteligência, curiosidade, capacidade de aprender através de tentativa e erro, e capacidade de manter as redes sociais.

Os peixes se comunicam através de uma variedade de sons de baixa freqüência – de zumbidos e cliques a gritos e soluços. Esses sons, a maioria dos quais só são audíveis para os seres humanos com o uso de instrumentos especiais, comunicam estados emocionais como alarme ou deleite, e ainda podem ajudar no namoro.

PESCA ESPORTIVA

Embora os números continuem a diminuir em comparação com décadas atrás, mais de 33 milhões de pessoas ainda foram pescar em 2011, gastando bilhões de dólares em seu hobby. De acordo com um estudo da Florida State University, os pescadores esportivos são responsáveis por matar quase 25% das espécies de água salgada superpopuladas.

Os animais aquáticos em correntes sujeitas à pesca esportiva são susceptíveis de gastar suas curtas vidas sendo repetidamente traumatizados e feridos. Um especialista em pescas acrescentou que as vítimas de captura e libertação “podem se tornar vulneráveis a predadores, incapazes de nadar ou nidificar, e ainda podem perder a capacidade de se livrar dos invasores de ninho”. O biólogo Ralph Manns aponta que muitos peixes são territoriais e, uma vez capturados e liberados, podem não conseguir encontrar suas casas e serem condenados a vagar sem rumo.

Enquanto os peixes nem sempre expressam dor e sofrimento de formas que seres humanos podem facilmente reconhecer, relatórios científicos de todo o mundo comprovam o fato de que os animais marinhos sentem dor, como as pesquisas das universidades de Edimburgo e Glasgow.

Peixes enganchados na ponta do anzol lutam por causa do medo e da dor física. Uma vez que os peixes são retirados de seu ambiente natural e puxados para o nosso, eles começam a sufocar: suas brânquias começam a entrar em colapso, e suas bexigas podem romper por causa da mudança repentina na pressão.

Linhas de pesca são responsáveis pela morte de milhões de animais todos os anos: pelicanos, corvos, anhingas, garças, águias, golfinhos, tartarugas… Estudo britânico constatou que 3.000 cisnes são encontrados diretamente enganchados ou enredados com equipamento de pesca a cada ano.

PESCA COMERCIAL

O consumidor médio dos EUA come 16 quilos de peixe e marisco por ano. São bilhões de dólares nesse comércio, se as contas forem feitas. Os pescadores comerciais usam gigantescas redes arrastão do tamanho de campos de futebol para capturar peixes, e seus quilômetros se estendem pelo oceano, capturando todos em seu caminho. Estes barcos transportam dezenas de milhares de peixes em uma carga, mantendo os mais rentáveis e despejando outros animais (como arraias, golfinhos e caranguejos) de volta ao oceano.

Os peixes sangram ou sufocam até a morte nas plataformas dos navios, ofegantes de oxigênio e sofrimento durante mais de 24 horas. Milhões de toneladas de peixes considerados “fora do padrão” são deixados a morrer no convés ou são lançados de volta ao oceano, onde geralmente morrem logo depois.

Devido às práticas indiscriminadas da indústria pesqueira, a população de grandes peixes predadores como o peixe-espada diminuiu 90% desde o advento da pesca industrializada. A população de atum do Pacífico diminuiu 96% no mesmo período. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, um estudo conduzido por 14 cientistas marinhos concluiu que a sobrepesca continuada causará o colapso de 100% das espécies até ao ano 2048.

A pesca excessiva também ameaça populações de tubarões, com mais de 100 milhões mortos a cada ano. Um fotógrafo subaquático diz que, quando trabalha na costa norte de Nova Gales do Sul, descobre que “quase todo tubarão cinzento tem um gancho pendurado na boca”.

CRUELDADE

Muitos tubarões são vítimas do “finning”, no qual os pescadores capturam os tubarões, os arrastam ao convés, quebram as barbatanas (para a sopa cara das barbatanas de tubarão) e atiram os animais mutilados e desamparados de volta ao oceano para morrer em agonia.

COMER PEIXES É PERIGOSO PARA SUA SAÚDE

Como a carne de outros animais, a carne dos peixes contém altas quantidades de proteína, gordura e colesterol. A carne de animais marinhos incluindo marisco e caranguejo pode acumular níveis extremamente elevados de resíduos químicos cancerígenos, como bifenilos policlorados (PCBs).

Um estudo das vias navegáveis de água doce dos EUA concluiu que um em quatro peixes está contaminado com níveis de mercúrio que excedem os padrões governamentais de segurança. Análise de dados da Food and Drug Administration (FDA) sobre atum apontou elevadas quantidades de mercúrio.

VOCÊ PODE AJUDAR OS ANIMAIS!

Antes de apoiar um grupo de “vida selvagem” ou “conservação da natureza”, questione sua posição em relação à pesca. Pescaria não é legal ou natural, contém covardia humana sobre os indefesos e pacíficos animais marinhos.

Para combater a pesca em sua área, afixe placas de PROIBIDO PESCAR, forme uma organização anti-pesca com amigos e vizinhos que respeitem os animais.

CAMPANHA MUNDIAL PELO FIM DA PESCA

Grupos de todo o mundo estão se unindo para conscientização de pessoas na proteção das espécies marinhas, criando o Dia Mundial pelo Fim da Pesca, organizado em um website francês.

São países desde a Austrália, Suíça, Itália, passando pela África do Sul, Tunísia, Estados Undidos e, claro, nós do Brasil, dentre outros países.

Uma das questões levantadas nesse website francês é sobre quem está impedindo o direito de quem:

Pergunta: É democrático querer impor as ideias de algumas pessoas vegetarianas a todo mundo?

Resposta: Argumentos em favor da abolição da pesca devem receber o espaço para serem trazidos e discutidos nos seus próprios méritos. Seria democrático querer barrar que um debate sobre a legitimidade da pesca acontecesse?

Para saber mais, acesse o site DMFP – Dia Mundial pelo Fim da Pesca. ou internacional End of Fishing.

LEI DE PROTEÇÃO AOS ANIMAIS MARINHOS

O Brasil tem uma lei que proíbe a pesca de cetáceos (baleias, golfinhos, orcas, toninhas e botos) nas águas brasileiras:

LEI Nº 7.643, DE 18 DE DEZEMBRO DE 1987.

Proíbe a pesca de cetáceo nas águas jurisdicionais brasileiras, e dá outras providências.

Art. 1º Fica proibida a pesca, ou qualquer forma de molestamento intencional, de toda espécie de cetáceo nas águas jurisdicionais brasileiras.

Art. 2º A infração ao disposto nesta lei será punida com a pena de 2 (dois) a 5 (cinco) anos de reclusão e multa de 50 (cinqüenta) a 100 (cem) Obrigações do Tesouro Nacional – OTN, com perda da embarcação em favor da União, em caso de reincidência.

Tenha em mente que policiais não possuem conhecimento de todas as leis, assim, é oportuno levar a lei impressa ao acionar a Polícia Militar ou Civil.

ALTERNATIVAS ALIMENTARES

Peixe não é uma alternativa saudável de carne, e sim uma espécie animal explorada ao extremo pelo ser humano, que deveria estar zelando pela natureza em vez disso. Todos os animais marinhos devem viver em paz em seu habitat natural: rios e oceanos!

Grãos, legumes, nozes e sementes fornecem todos os aminoácidos essenciais que você precisa. Os ácidos graxos ômega-3, que ajudam a prevenir doenças cardíacas, podem ser encontrados em sementes de linhaça, óleo de canola, nozes e abacate.

Não há nenhuma vitamina presente no corpo dos animais que não seja encontrada no reino vegetal. Você não precisa comer um animal morto para ter uma refeição completa e saborosa. Tente essa mudança e comprove que é possível aliar sabor, saúde e consciência tranquila ao tornar-se vegan!

ATENÇÃO!

  • os animais passam dias sem comer ou beber água ao serem transportados para os matadouros;
  • não há morte ou exploração sem sofrimento, independentemente do quão bem tratados sejam os animais.

BACALHAU DA NORUEGA - ALIMENTO MAIS TÓXICO DO MUNDO

Peixes criados em cativeiros podem ser considerados os alimentos mais tóxicos do mundo. Um exemplo é o salmão da Noruega, sob investigação a fim de revelar os segredos da indústria do peixe, visto no documentário Filet Oh! Fish, de Nicolas Daniel. A piscicultura é o 2º recurso financeiro do país, ficando atrás somente do petróleo. Nenhum criador recebe jornalistas.

Funcionários com máscaras semelhantes às de radioatividade irrigam com mangueiras pesticidas químicos com potentes efeitos neurológicos nos tanques, a fim de tratar parasitas e doenças que pululam nos viveiros abarrotados.

São utilizadas toneladas de produtos químicos para alimentação e manutenção. Em apenas um viveiro, pode-se contabilizar 2 milhões de peixes. Mais de 50% do bacalhau hoje em dia já nasce com deficiência genética, como por exemplo a boca que não se fecha.

Foram descobertas montanhas de 15 metros de altura de sedimentos e detritos da criação de peixes debaixo dos viveiros, mistura de restos alimentares, produtos químicos e dejetos poluindo incrivelmente os oceanos.

Texto traduzido e adaptado do documentário Filet Oh! Fish, de Nicolas Daniel

VENENO NA RAÇÃO

Ivermectina, Difublenzurol e outros medicamentos vendidos apenas sob prescrição médica são componentes normalmente encontrados nos corpos desses peixes. Outros componentes como Dioxina e Mercúrio também são frequentemente encontrados. Conservantes como Polisfofatos são adicionados para facilitar a absorção de água pelos corpos dos animais, aumentando artificalmente seu peso.

As rações para alimentar esses frutos do mar incluem: dioxinas, policlorobifenilos, dieldrina, aldrina, toxafeno, etoxiquina, dentre outros. O produto-base para a ração é carne processada de peixes gordos como enguia e outras espécies consideradas impróprias para consumo humano!

Mais de 100 bilhões de peixes de cativeiros são mortos por ano para consumo humano. O número de salmões e trutas mortos no Reino Unido é maior que o número de suínos, ovinos, bovinos e perus juntos. Os números impressionam. Mas o mais chocante é a maneira como são manejados: procedimento padrão é deixá-los sem comida de 1 semana a 10 dias antes de serem mortos.

QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA

A situação não é melhor nos viveiros ao ar livre na natureza. A olho nu é possível detectar a coloração diferenciada das águas pelo acúmulo anormal de animais. Resíduos domésticos, pesticidas provenientes de plantações, algas verdes e bactérias que consomem ainda mais oxigênio, deixam a água com mais produtos tóxicos ainda.

É uma questão de saúde pública, mas isso é escondido da população que adoece por águas contaminadas.

FONTES

  • PETA
  • Vegan Outreach
  • Filet Oh! Fish, Nicolas Daniel, Upside Distribution, Upside Television
  • Planalto Brasileiro